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Livro Escritores da Periferia

Livro Escritores da Periferia
Uma produção dos alunos da escola Edílson Façanha

sábado, 2 de agosto de 2014

de volta às aulas

    Os estudos e o sucesso

Em um passado não muito distante, não existiam dúvidas quanto à maneira de melhorar de vida. As pessoas mais velhas diziam para as mais novas: Se quer ser alguém na vida, estude ! Eu mesmo fui criado assim. O estudo é o processo de adquirir conhecimento sobre um determinado assunto. Requer empenho, esforço, alocação de tempo e de recursos financeiros, num investimento considerável de quem o faz. Em um mundo com menos oferta de profissionais qualificados, o diploma era sem dúvida um diferencial. A sociedade percebia, acreditava e reproduzia o modelo de provável sucesso. Seja educado e correto, estude, trabalhe e conquiste seu lugar ao sol. E realmente era isso o que acontecia.
Este caminho foi sendo desconstruído com os atalhos aceitos e criados, em nome de uma falsa igualdade, e uma certa benevolência hipócrita com aqueles que preferiram caminhos mais curtos, com menos esforço muitas vezes. E passamos a aceitar e conviver com a multiplicação de exemplos que fogem completamente da proposta anterior. Na verdade, nem o estudo nem o trabalho, garantem o sucesso, pois ele é apenas o reconhecimento público, as vezes até a veneração, de alguma característica valorizada pelos demais. Na sua própria essência é algo transitório e bastante volátil, apesar de alguns conseguirem mantê-lo por muito tempo. Porém, ele é subjetivo e finito.
Os exemplos das pessoas que não estudam, e as vezes nem trabalham, e conseguem uma posição de destaque na vida, seja com troca de favores, com práticas ilícitas, com o bom aproveitamento de seus talentos naturais, por sorte, oportunismo, ou qualquer outro modo, confirmam que estudo não é condição suficiente para tal reconhecimento. No entanto, menosprezá-lo, a ponto de descartá-lo por completo, parece demonstrar uma certa soberba, uma certa ignorância, típica daqueles que realmente não fizeram uso do mesmo, além de ser um ato de idolatria ao sucesso puro e simples, a riqueza pela riqueza, a vitória sem a preparação, a chegada sem o caminho. Recentemente, li que em um evento de empreendedorismo, uma pessoa famosa, declarou que até um macaco poderia adquirir um MBA, num exemplo claro do que estou dizendo. Na verdade, creio ser impossível que o nível de inteligência de um símio, possibilite que ele compreenda as aulas, faça os exercícios e principalmente, adquira conhecimentos necessários para uma boa gestão. Todavia, pelo nível de complexidade que a tarefa exige, sabemos que é realmente possível um macaco entreter uma platéia com um microfone na mão. E isso não é um insulto ao declarante, mas uma constatação de uma realidade objetiva. Por algum tempo, eles realmente podem.
O estudo é um patrimônio positivo da humanidade e o conhecimento que ele proporciona, é a luz que ilumina a escuridão do não saber. Ignorar é causa de muitos dos grandes males da história humana. Ele é construído na humildade de reconhecer a necessidade de aprender, na colaboração dos outros para este fim, e superposição salutar de novas idéias. Uma sociedade que valoriza o estudo, está edificando seres humanos melhores, instituições mais sólidas e um futuro mais consistente. Já aquela que o diminui, pode estar apenas participando de um circo no qual as palmas, uma hora, silenciarão.
Texto escrito pelo Prof. Tibério Rocha.

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